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ESA – Empresas sem ativismo

Por Maurício Salkini.



Tive acesso a conteúdo que torna ESA (Empresas Sem Ativismo) antagônico à pauta ESG. Percebo um desejo de ir contra a maré, caçar os likes, lacrar, criar impacto, indo na direção oposta à agenda do momento.


Ideologia e Ativismo

No campo educacional, por exemplo, o lado que defende a militarização das escolas (um tipo de ideologia pautado na educação pela hierarquia e disciplina) acusa quem defende a escola pública inspirada em Paulo Freire, o autor brasileiro mais respeitado nas universidades pelo mundo, de deturpação ideológica. As duas propostas são ideológicas baseadas em ideias distintas e com exemplos de ótimos resultados acadêmicos.


Uma franqueadora, como a Reserva, que coloca propósito social em seus movimentos e comunica que X camisas vendidas é igual a X pratos de comida a pessoas em situação de fome, faz conexão com clientes que se preocupam com os famintos produzidos pela COVID. O Rony, franqueador e garoto propaganda do seu próprio negócio, postou vídeo com críticas ao Elon Musk, que demitiu em massa no Twitter com uma comunicação fria, por e-mail.


A palavra ideologia foi distorcida e serve de acusação para quem não concorda com a ideia alheia.

A Natura, que cresce abrindo franquias, tem no seu DNA preocupações com o meio ambiente, desde da sua existência e em suas comunicações, baseia-se em produtos com pegadas relacionados a florestas. A ideologia da Reserva e do Rony é envolver-se com pessoas e comunicar isso, já a Magalu lutou judicialmente para ter cotas nas suas contratações. O Musk é ideologicamente o oposto, nada de olhares sensíveis aos seres humanos, o Elon é da ideologia de que toda medida vale a pena se o lucro é pequeno.


O Elon é da ideologia de que toda medida vale a pena se o lucro é pequeno.

O grande Michel Jasper, meu amigo e empresário da tecnologia, é um ativista do trabalho home office e da liberdade dos times como premissa de relações produtivas. Não sei se ele intitula-se ativista, mas o percebo assim. Libera que cada um esteja trabalhando geograficamente onde desejar e comemora resultados da sua empresa, Web Jasper, com créditos em cerveja para o time. A ideologia dele é: quanto mais livre se é, mais criativo e produtivo será. Utiliza suas redes para mostrar o quanto é produtivo trabalhando, literalmente, pelo mundo.


Movimento empático

No movimento empático de entender o que empresários defensores do ESA querem comunicar, cheguei ao pensamento (pode contribuir comigo nos comentários), que eles querem evitar ativismos paralelos, pautas dispersas e a pressão de tornar as companhias salvadoras da pátria.


Criar essa dicotomia — ESA e o ESG — é um retrocesso cultural, organizacional e social

A Reserva não deve se responsabilizar por outras mazelas sociais, além daquelas que ela já dá conta. Os franqueados da Reserva e da Natura devem colaborar com as agendas socias que essas empresas já assumiram, e evitar ativismos radicais paralisantes por outras pautas sociais ainda não percebidas por essas companhias.


Já ouvi superpautas de atendimento a questões sociais diferentes às que proponho enquanto empresário. No caso específico era uma pergunta, após minha palestra proferida na UFF, em que uma mestranda construiu possibilidades interessantes, mas que em nada tinham relação com minhas propostas, realizações e ideias. Respondi que sua colocação era relevante, que a incentivava a contribuir sempre, mas que não me via, por hora, escolhendo tais pautas.


Também escutei, de quem não era dono de restaurante, ideias (ideologia) de matar a fome via comida que sobrava no buffet a quilo. A pessoa em questão não conhecia a legislação sanitária e as responsabilidades de tal movimento. Ele tinha proposta de resolver a fome com o trabalho do outro, a comida do outro e a responsabilidade do outro. Considerei utópico até que veio uma lei regulamentando doações de sobras de comida.


O ativismo que deseja a perfeição no franchising não será frutífero, são humanos servindo a humanos, e a imperfeição nos acompanha enquanto espécie.


O ativismo que deseja a perfeição das franquias, franqueadoras, franqueados e franqueadores não será frutífero, porque somos humanos servindo a humanos, e a imperfeição nos acompanha enquanto espécie.


Quem enxerga conflito entre ESA e o ESG pode estar na verdade com dificuldades no “Recrutamento e Seleção”. Talvez esteja contratando pessoas com propósitos diferentes dos propósitos da marca que escolheu para ser franqueado.


Você pode até achar que sua empresa não tem propósito... “Aqui é lucro, não é propósito! — poderá estar pensando. Cabe a pergunta: focar exclusivamente no lucro, como o Musk no Twitter não seria um propósito? O propósito das empresas do Elon Musk é o lucro! Quem se adequar, será feliz. Mas aquele que tiver propósitos (no plural) além do lucro, deve escolher a Natura, a Reserva, entre as já citadas, e a Magalu.


Eu desejo o lucro acrescido de felicidade, nada melhor para os amigos alguém rico e feliz. Azar dos inimigos!



MAURICIO SALKINI é administrador e empreendedor, com experiência em franquias: Bobs, Kopenhagen e Rei do Mate. Implantou negócios no franchising, localizados em shopping, supermercado, rua e estação de transportes – barcas, trem e metrô. Vencedor dos Prêmios “Ser Humano” ABRH-RJ: Treinamento Cult (2019) e Primeiro Trabalho Decente (2021). Reconhecido (2022) pelo Selo Diversidade/ Prefeitura de Niterói, na área de Direitos Humanos. Colunista semanal do jornal Tribuna da Imprensa Livre. https://linktr.ee/msalkini

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