Por Roberto Pol - Coluna Franchising S/A - OERJ
O sucesso de uma empresa depende de vários fatores, como o know-how do mercado em que atua, produto inovador ou já reconhecido pelo público, preço competitivo e, não menos importante, a localização assertiva do ponto de venda. Negligenciar esse último aspecto é dar às costas ao esforço empregado em todos os demais processos, da inteligência da produção ao empenho da equipe de vendas. Já diz o ditado que é preciso ser visto para ser lembrado e, por maior e melhor que seja a operação, não estar próximo ou visível ao cliente pode comprometer significativamente os resultados finais.
Conversamos com Marcos Nunes que é administrador de empresas, pós graduado e apaixonado por gastronomia. É criador e proprietário de uma rede de restaurantes especializada em hambúrgueres e comida mexicana. Há 10 anos no mercado, ele nos relata alguns aspectos de suma importância que adota na hora de buscar pontos de venda para a expansão da sua rede de franquias.
Encontrar o local ideal não é tarefa fácil e vale investir em pesquisas que analisem informações tanto geográficas quanto do perfil populacional da região. É importante observar o fluxo de pessoas que passam em frente ao local pretendido e se são o público alvo do negócio, as condições do imóvel e se o custo da reforma compensa o investimento, a visibilidade do ponto e a facilidade para chegar até ele – seja de carro ou andando -, os estabelecimentos no entorno – concorrentes ou não -, o acesso a ruas e avenidas, se há vagas de estacionamento em frente ou próximas do local e se há uma real necessidade de ter essa área no empreendimento. O objetivo é colher o máximo de informações e fazer o cruzamento, adaptando-as à realidade.
A vantagem do franchising, em relação àqueles que começam com o negócio do zero, é contar com o suporte dos franqueadores, que, com acesso às melhores ferramentas, são capazes de orientar de modo mais assertivo a escolha do ponto. Com a inteligência da ferramenta de geomarketing, os dados são cruzados, levando em consideração o ramo de atividade, público de interesse, concorrentes e a cultura gastronômica do local, sugerindo os pontos mais estratégicos. Embora a questão se resolva, ao que parece, com bastante facilidade, outros tópicos devem ser ponderados. E, neste caso, por uma expertise humana.
Observar as características do imóvel, por exemplo, são essenciais para o primeiro passo mais certeiro. Além de atentar-se ao valor do aluguel condizente com o estado de conservação, que irá envolver obrigatoriamente uma reforma e, por consequência, custos e prazos que podem ser prorrogados, vale ponderar também aspectos naturais e inerentes do meio ambiente, como a incidência dos raios de sol ou a probabilidade de alagamentos em casos de chuvas e temporais. Neste caso, se a ocorrência for permanente corre-se o risco de perder a mercadoria ou afastar a clientela; já em dias de sol, o excesso dos raios tendem a superaquecer a unidade, necessitando maior consumo de eletricidade devido o ar condicionado.
A escolha do ponto não é tão simples quanto parece e vai além de gostar ou não de determinada região. Envolve fórmulas, estudos, pesquisas e análises que as redes franqueadoras podem e devem ajudar com as ferramentas de geomarketing que dispõem. Embora essa prática influencie de forma a facilitar para o empreendedor, a decisão final pelo endereço é de sua responsabilidade e, por isso, tão importante de ser avaliada. Custos com a reforma, tributação e alvarás são inerentes e pesam no bolso num primeiro momento. Já os encargos que vem na sequência, como aluguel, contas fixas – como água, energia e gás -, impostos e obrigações trabalhistas devem constar no orçamento de forma a atingir um único objetivo: ter uma operação saudável e sustentável.
Este artigo foi originalmente divulgado pelo site O Estado RJ
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