Por Mauricio Salkini.
O franqueado é tão empreendedor quanto o empresário de negócio próprio.
Existe uma discussão nas rodas empresariais, e rola comparação, quase uma medição de testosterona, colocando o franchising como “empreendedorismo nutellado”, de risco menor. Classifica-se o franqueado como alguém de pouca imaginação, ou avesso a adrenalina ou menos disposto.
O dito empresário raiz resume a relação de franqueador com o franqueado como um “emprego de luxo”.
Interessante notar que essas teses partem, na maioria das vezes, de “não empreendedores”, aqueles que irão investir, farão sucesso e criarão um novo conceito. Tudo no futuro. Os chamo de “empresários de goela” (sic), com muita garganta e pouca ação.
O que faço quando os encontro? O pavão futurista me relata sua hierarquização e eu nada respondo. nada! Não jogo perolas aos porcos, nem debato com os cheios de razão.
Contigo leitor, vou construindo a minha tese, que nivelará todos aqueles que topam os riscos. Robert D. Hisrich, no seu livro chamado “Empreendedorismo” define:
“é o processo de criar algo dedicando tempo e esforço necessários, assumindo os riscos financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo as consequentes recompensas da satisfação econômica e pessoal”.
Sócrates perguntaria:
Normalmente quem investe em lojas melhor localizadas, com alugueis mais caros?
Franquias!
O investimento total é maior na franquia ou na loja própria?
Franquia!
Onde concentra-se a maior informalidade – trabalhista e tributária?
Negócio próprio.
Os empreendimentos imobiliários priorizam, na sua praça de alimentação, as melhores localizações aos negócios próprios ou ao franchising?
Franchising.
A abertura de uma franquia custa, em média mais caro do que um negócio próprio.
Existem formalidades e regulamentação jurídica. As lojas franqueadas ocupam normalmente os melhores pontos nas lojas do shopping e na cidade. As taxas de sucesso no franchising é muito maior, e o repasse acontece nos casos de falta de adaptação do investidor. Logo o nível de investimento do franqueado é altíssimo!
Existem franqueadoras que impõem compras, sufocam as margens do negócio com altas taxas de royalties e marketing, além de faltarem com a seletividade quanto ao ponto comercial e zero critério de custos para garantir a margem do operador. Essa não é a regra.
O franchising prevê uma relação de confiança, equilibrada e tem seus parâmetros estabelecidos pela lei 13.966 de 26 de dezembro de 2019, que dispõe sobre o sistema de franquia empresarial. A regra do jogo é clara e deve o interessado estudar.
Admiro quem criou e se mantêm no negócio próprio, gerando empregos formais, além de assumir riscos muito maiores. Já estive em uma empresa familiar e as relações entre parentes não são fáceis. Desde 2006 no sistema de franquias, encontrei empresários criativos, que julgaram ter criado um ‘super modelo’, e antes de testa-lo, já se consideravam os franqueadores que descobriram a pólvora.
Menos, bem menos. Vem pra pista e faça acontecer! Quanto mais humilde, mais aprenderá com as vivencias e com os colegas de empreendedorismo.
Estou nesta caminhada…
*Artigo divulgado originalmente na Coluna das Franquias, pelo jornal Tribuna da Imprensa Livre
MAURICIO SALKINI é administrador, poeta, palestrante e empreendedor desde de 1994, com experiência em franquias: Bobs, Kopenhagen e Rei do Mate. Participa do Conselho de franqueados (RM) do Rio de Janeiro. Implantou mais de 15 negócios no franchising, localizados em shopping, supermercado, rua e estação de transportes – barcas, trem e metrô. Inovou na operação de franquias dentro das embarcações Rio X Niterói, um verdadeiro desafio marítimo, e em projetos vencedores do Prêmio Ser Humano ABRH-RJ: Treinamento Cult (2019) e Primeiro Trabalho Decente (2021). Reconhecido (2022) pelo Selo Diversidade/ Prefeitura Municipal de Niterói (RJ), na área de Direitos Humanos, pelo desenvolvimento de trabalhos com a juventude preta e mulheres em posição de destaque na empresa. Produz conteúdo diariamente no Linkedin, conciliando Empreendedorismo com questões sociais, propondo para os franqueados/ Varejistas avanços práticos e sustentáveis na pauta ESG, debatendo sustentabilidade, DEI e greenwashing. Tem artigos publicados na revista RPS/ Universidade Federal Fluminense, e nos portais: Central da Franquia e Grupo RH-LF. Escreveu artigos para os livros: “Pedagogia Social – Educação sem fronteiras” e “As melhores práticas em Gestão de Pessoas” (org. ABRH-RJ). Colunista semanal do jornal Tribuna da Imprensa Livre.https://linktr.ee/msalkini
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