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No novo normal é tempo de sonhar para os sonhadores

Por: Mauricio Salkini



“Que a gente entenda que a riqueza não é o dinheiro. E que os guerreiros de todos os serviços são essenciais. E que lembremos disso nos dias normais!”¹

Chamado a escrever esse artigo penso que no que me trouxe até aqui enquanto alguém que topa se posicionar para indicar quem sabe um horizonte otimista aos leitores. Linhas sobre um tal de “novo normal” onde sairemos melhores, mais solidários, ecologicamente corretos e economicamente ativos para geração e manutenção de empregos. Vejam que acredito na capacidade do ser humano ativar suas melhores virtudes, qualidades esquecidas na primeira infância e que adormecia antes do Covid.


Estou desprezando a complexidade apresentada na tentação do consumo. Remuneração pelos desgastes físicos do mundo do trabalho, a posse enquanto provas que o investimento de tempo e por vezes a ausência na família está valendo a pena. “Eu mereço, logo eu compro”. Faz sentido ter pouca convivência qualificada quando viajo para lugares paradisíacos mesmo que resida de frente a cidade maravilhosa, em Niterói, com esconderijos únicos, preservados e deslumbrantes.


Proponho novos consumos que incluam a arte como algo que nos conecte com as subjetividades, com a estética e com nossos sentidos mais primitivos. Ganhos sem destruições da floresta e poluição dos mares. Que a união dos adultos, caretas ou não, permita que esse hábito cultural inicie nos bancos das escolas públicas. Antes e depois desta experiência cultural te convido a um café expresso qualificado no Rei do Mate, afinal este empresário questionador precisa pagar a folha de colaboradores, salários justos para homens e mulheres dedicados e fechar o seu orçamento familiar.


Preciso declarar que a equipe que te atenderá no melhor café da cidade participou do Treinamento Cult² – Qualificação profissional, responsabilidade social e experiência cultural. Projeto vencedor do prêmio Ser Humano da Associação Brasileira de Recursos Humanos do estado do Rio de Janeiro, no ano de 2019. Digo para mostrar que existem via cultura, meios e mecanismos de soluções empresariais que resultem em economia de recursos e ganhos na formação ética do grupo.


"Janelas sem grade, sem ansiedade, viver de verdade, não dá pra fingir. Churrasco na esquina, Capela Sistina, Muralha da China, lugares pra ir. A vista é tão bela, parece uma tela mais psicodélica que as do Dali. Derreto os relógios que o tempo é fumaça. E a tempestade passa pro Sol ressurgir"¹

Durante a pandemia, no isolamento social, refletia sobre o “novo consumidor” que entendo que se apresentará mais exigente quanto a qualidade dos serviços prestados e da segurança alimentar (higiene). Quando circula menos dinheiro ficamos mais seletivos nas escolhas de compras, porque cada real valerá mais pela escassez da moeda circulante. A segurança alimentar se apresentará como prioridade na escala das preferencias, por entendermos agora o quanto éramos expostos nos lanches e refeições ofertadas nas ruas sem a mínima qualidade e higiene.


Montem uma arvore de Natal, vai ter natal” foi uma declaração que me prendeu a atenção e me gerou desejos de encontros diários, com a possibilidade de avisar que logo logo estaremos com o mais simpático dos velhinhos.


Companheiros deste artigo, em meados de 2014, o empresário Nizan colocou uma árvore de Natal no seu local de trabalho. Na época, em meio à uma crise econômica, ele quis lembrar que ainda havia esperança. Emocionado, ele traz a mesma mensagem para o cenário atual.


“Vai ter Natal, vai ter uma saída. A vocês, jornalistas, peço que nos levem a realidade, mas também esperança” ³.

Na mesma entrevista me encontrei, em junho completarei 10 lives, todas feitas pós Covid, quando o publicitário declarou que investe tempo preparando lives e que sentia estar contribuindo para o próximo e nessa colaboração ele se sente melhor após cada minuto de bate papo ao vivo.


As dificuldades financeiras se aproximam quando retornarmos ao cotidiano e o empresariado vai encarar os custos dos meses parados mais os custos de meses que o volume de vendas não tiver retornado ao patamar de 2019, que já não era suficiente para termos pequenos negócios pujantes. Dureza! Serão dias difíceis que se apresentarão a todos, mas principalmente ao pequeno empresariado que estão longe dos financiamentos de incentivos do BNDES. O banco nacional de desenvolvimento é acessível a empreendedores no site e nas propagandas (a custos altíssimos) veiculadas nas redes de televisão, mas inalcançável aos empreendedores.


Não somos animais binários (ou tristeza ou alegria), seria mais fácil sermos dialógicos, mas nos foram ofertados a complexidade de saídas e encontro com os intelectuais para enfrentamento qualificado deste considerado “novo normal”. A doutora Margareth Martins4 declarou em sala de aula da UFF, nossa querida universidade pública federal, que “era tempo de sonhar para os sonhadores”. Frase simples na construção semântica, mas tão apropriada para os tempos de véspera do Covid, que foi espalhada anonimamente pelos corredores do prédio de educação. Educadores, “é tempo de sonhar para os sonhadores”, foi o clamor inicialmente dirigido aos futuros professores. Se buscamos a simplicidade como modelos de vida devemos aproveitar a produção da Dra. Margareth para acordados, realistas, mas sonhadores seguirmos em frente otimistas.


Agradeço a companhia do leitor que aceitou minhas propostas, por vezes complexas, de entendimento desta crise mundial, forjadas nas experiências de um empresário pedagogo social. Conjecturas da pandemia que se apresenta em todos os lares com dores variadas, mas certamente machucando o ser humano e cada ser humano é valioso. Gratidão pela paciência com minhas dúvidas.


Viva a poesia, viva as rimas. “É tempo de sonhar para os sonhadores!


Maio em quarentena.

Dia difícil

com noite mal dormida

café da manhã a mesa, farta comida.

Conectados, literalmente conectados, relato de uma amizade

pedido de uma poesia

renovou meu dia.

“É preciso amor / Pra poder pulsar_

É preciso paz pra poder sorrir / É preciso a chuva para florir”

A literatura ofertou parceria

Almir, suas obras iluminam

Sater, declaro gratidão por acordar ouvindo sua produção.

“Penso que cumprir a vida / Seja simplesmente

Compreender a marcha / E ir tocando em frente”

Compreensão?

tem faltado ao peito

do poeta, do planeta, que segue a marcha.

segue tocando em frente

com os conectados, em frente, sempre!


Autor: Salk. com trechos da Música de Almir Sater.


1. (A cura ta no coração, Gabriel Pensador)

2. http://abrhrj.org.br/categoria-micro-pequena-empresa-psh-2019/

3. Entrevista Nizan Guanaes na CNN Brasil

4. Profa. Dra. Margareth Martins coordenadora do Grupo de Pesquisa em Pedagogia Social – PIPAS/UFF


Mauricio Salkini é Administrador e Pedagogo Social, membro do Grupo de Pesquisa em Pedagogia Social – PIPAS/UFF, empresário desde de 1990, com experiência no Bobs, Kopenhagen e Rei do Mate (nesta franquia também conselheiro). Vencedor do premio Ser Humano ABRH 2019. Conselheiro e Ouvidor do Projeto Grael. Iniciante na arte dos versos e das rimas. Pai do Artur.

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